CENA 1: Aurora, Estrada, Noite
Fernando tem um braço ralado, a camisa toda suja de terra, ele manca enquanto anda. Um carro preto vem em alta velocidade e pára próximo dele, a porta do veículo é aberta.
FERNANDO: – Demorou demais, sabia que eu poderia ter sido pego?
MARCOS: – Desculpa, chefe, mas o que impirta é que deu certo o nosso plano.
FERNANDO: – Felizmente sim, mas agora nos tire daqui!
Fernando entra no carro, fecha a porta e Marcos acelera.
CENA 2: Aurora, Casa de Isabel e Ruan, Sala, Manhã
Isabel está sentada na companhia de Julia e Douglas, a campainha toca. Douglas atende a porta e deixa que um policial entre.
POLICIAL: – Não conseguimos prendê-lo, mas tudo leva a crer que ele esteja morto.
ISABEL: – Meu Deus, era o carro em que ele estava mesmo, policial?
POLICIAL: – Sim, senhorita, era o carro em que ele fugia.
DOUGLAS: – Mas vocês farão uma busca maior, não é mesmo?
POLICIAL: – Com certeza, mas as chances são mínimas de ele ter sobrevivido.
Douglas, Julia e Isabel se olham, estão assustados.
CENA 3: Pequeno Rio, Hospital, Quarto, Interior, Manhã
Ruan olha para o teto, em sua mente vem Isabel, quer saber se sua amada está bem. Ruan olha para a porta, e logo ela se abre, o médico entra.
MÉDICO: – Esse não é o procedimento normal, senhor Ruan, mas vou dar alta para você em vista do que eu fui informado, você está liberado.
RUAN: – Obrigado, Doutor! Era tudo o que eu mais queria.
MÉDICO: – Só toma muito cuidado com os pontos da cirurgia, e me ligue se precisar.
O médico sai da sala. Logo Agenor entra com duas sacolas e entrega para Ruan.
AGENOR: – Iremos hoje mesmo para Aurora.
RUAN: – Graças a Deus, pois não aguento mais ficar longe da Isabel.
Agenor se aproxima um pouco mais de Ruan.
AGENOR: – Eu tenho uma notícia triste para dar, Ruan, e eu confesso não sei como fazer isso.
Ruan se assusta.
RUAN: – O que foi? Aconteceu algo com ela?
AGENOR: – Não, a Isabel está bem, mas seu irmão estava fugindo da polícia e aconteceu um acidente.
Ruan encara Agenor.
RUAN: – Ele não morreu, Agenor!
AGENOR: – Mas a Polícia considera quase certa a morte dele.
RUAN: – Eu teria sentido se isso realmente tivesse acontecido.
CENA 4: Estrada, Carro, Interior, Manhã
Marcos segue cada vez mais rápido, mas desacelera ao ver o braço de Fernando sangrando.
MARCOS: – Você está machucado, chefe!
FERNANDO: – Não tem importância, pisa no acelerador e nos tire daqui.
MARCOS: – E ver você morrer? Eu vou levar você para um hospital.
FERNANDO: – Me obedeça, Marcos! Se você me levar a um hospital será o fim para nós dois.
MARCOS: – Então nós vamos parar naquela Fazenda alí. – Ele aponta com o dedo. – Vamos conseguir ajuda para você.
Fernando encara Marcos.
FERNANDO: – Não sabia que você se preocupava comigo.
MARCOS: – De verdade, eu me preocupo mais com você do que comigo mesmo.
FERNANDO: – Não se preocupe, Marcos, pois você não perderá o dinheiro que prometi.
MARCOS: – Eu não me preocupo com dinheiro!
Marcos entra na Fazenda que parece estar vazia, ele freia o carro, Fernando desmaia.
CENA 5: Pequeno Rio, Hospital, Exterior, Tarde
Ruan sai do hospital amparado por Agenor, logo Damião e Matheus aparecem para se despedir. Rua sorri ao vê-los.
RUAN: – Mais uma vez, obrigado, meus novos amigos. – Ele diz olhando para Matheus e Damião. – E vocês estão convidados a aparecerem na minha casa em Aurora, será um prazer.
DAMIÃO: – Nós iremos, pode contar com isso, Ruan, mas agora vá em paz.
Damião abraça Ruan, que por sua vez também é abraçado por Matheus.
RUAN: – Vocês foram verdadeiros anjos.
Ruan sorri enquanto entra no carro junto de Virgílio e Agenor. Ruan acena para Damião e Matheus, o carro segue.
CENA 6: Fazenda Vermelha, Estábulo, Interior, Noite
O sangramento de Fernando cessara graças aos cuidados de Marcos, que por sua vez está sentado ao lado do gêmeo.
MARCOS: – Nós vamos embora daqui a pouco, Fernando, parece vazia essa fazenda, mas tenho a impressão que não será assim por muito tempo.
FERNANDO: – Faça o que você achar melhor, Marcos.
Marcos sorri.
MARCOS: – O Chefe não está mais perigoso.
FERNANDO: – Eu nunca fui de verdade perigoso, acredite.
MARCOS: – Eu sempre soube! Você na verdade só não sabe como viver, não sabe que a vida é preciosa.
Fernando olha impressionado para Marcos.
FERNANDO: – Quando você se tornou sábio desse jeito?
MARCOS: – Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Fernando.
Os dois param de conversar ao notar que carro chega na Fazenda. Fernando espreita. Marcos se aproxima dele.
FERNANDO: – Eu não acredito que você deixou o carro lá.
MARCOS: – Desculpa, eu fiz besteira.
Fernando e Marcos se abaixam.
FERNANDO: – Você nos trouxe para a Fazenda Vermelha, Marcos.
MARCOS: – Eu vou tirar você daqui, prometo.
CENA 7: Fazenda Vermelha, Exterior, Noite
Virgílio nota o veículo estranho próximo da casa.
VIRGÍLIO: – Tem alguém aqui na Fazenda.
Virgílio olha para Agenor.
AGENOR: – Quem será?
VIRGÍLIO: – Algum idiota com certeza, e acho que sei onde ele está.
AGENOR: – Não é melhor chamar a polícia, senhor?
VIRGÍLIO: – Não, eu vou resolver isso do meu jeito, e seja quem for vai se arrepender de ter invadido minha propriedade. – Afirma Virgílio enquanto saca uma arma da cintura.
AGENOR: – Tome cuidado, senhor.
Virgílio se afasta de Agenor e segue para o antigo estábulo com a arma em punho.
CENA 8: Aurora, Casa de Isabel e Ruan, Sala, Interior, Noite
A campainha toca, Isabel segue até a porta com receio, ela abre com todo cuidado e é abraçada por Ruan.
RUAN: – Desculpa por não ter estado aqui, Isabel. – Ele pede enquanto sente o perfume de Isabel. – Eu senti muito sua falta.
ISABEL: – Nós também sentimos a sua, Ruan.
Ruan sorri.
RUAN: – Você disse nós?
ISABEL: – Sim. – Ela responde enquanto põe a mão sobre a barriga.
Ruan volta a abraçar Isabel, que o beija apaixonadamente.
RUAN: – Nunca mais deixarei você sozinha, nunca mais.
Isabel sorri em uma mistura de felicidade e alívio.
O celular de Ruan toca, ele atende rapidamente, é Agenor.
RUAN (ao celular): – O que houve, Agenor?
AGENOR (do outro lado da linha): – Ruan, venha rapidamente para a Fazenda, seu irmão está aqui, e algo muito ruim pode estar a caminho de acontecer.
CONTINUA…